sábado, 26 de dezembro de 2015

Rever em baixa (Parte 12)

«A presidência Obama – Uma cacofonia de corrupção», Tom Fitton; «Barack Obama, o negociador – De Rezko ao presente», Joel B. Pollak; «O falhanço do acordo de comércio assinala o fim do poder político de Obama?», Warner Todd Huston; «Obama para a América – Sim, podíamos, mas vocês deram cabo de tudo», Sean «Jim Treacher» Medlock; «Presidente Obama quer acabar com o Dia da Independência tal como o conhecemos», Drew Johnson; «O Comité Nobel deveria olhar outra vez para o registo de não-proliferação de Obama», Bruce Abramson e Jeffrey Ballabon; «Os nossos reféns no Irão são mais importantes do que os sentimentos do Presidente Obama», Montel Williams; «Fé ou doidice – O desatino iraniano de Obama», Steven Bucci; «O perturbante padrão de Obama de desvalorizar o terror islâmico», Marc A. Thiessen; «Memorando para Obama – Você não é um Reagan», Cal Thomas; «Os media trabalham para inflacionar o legado de Obama», Ben Domenech; «A doutrina Obama – Um caminho para o conflito», Jeff Duncan; «Lições do acordo de Obama com o Irão», Marco Rubio; «Mark Levin expõe o futuro progressista de Obama para os vossos filhos», Peter Ferrara; «O desatino do plano de Obama para a energia limpa», W. David Montgomery; «O negócio sujo do plano de Obama para uma suposta energia limpa», James Inhofe e Shelley Moore Capito; «Obama não é JFK – O Irão de hoje em nada é como a Rússia em 1963», Jonathan Adelman; «Com a ajuda de Obama, juntar o exército doméstico de Alá é agora mais fácil», James Zumwalt; «Como o “capitalismo para amigos” verde de Obama está a reduzir os Estados Unidos a uma república das bananas», James Delingpole; «Necessitamos de um unificador-em-chefe, não de um divisor-em-chefe», Scott Walker; «O que Obama não quer que você (e o Congresso) saibam sobre o acordo dele com o Irão», Anne Bayefsky; «Presidente Obama, não podemos confiar no Irão», David Perdue; «Para Obama e a Esquerda, “nunca esquecer” é treta», Ben Shapiro; «A América pagará o preço pela “victória” de Obama no acordo com o Irão», Michael Goodwin; «Rendição na ciberguerra – Obama fará uma vénia aos ditadores da China», John Hayward; «Barack Obama mente ao Papa na cara dele», Erick Erickson; «Apanhado num pesadelo», Richard Fernandez; «Obama tornou Putin no mais poderoso líder mundial», Benny Avni; «E agora? Como lidar com o pleno colapso da estratégia de Obama para a Síria e o Iraque», Fred Fleitz; «O que Obama não percebe sobre Chris Mercer, o atirador do Oregon», Keith Ablow; «Obama - Niilista ou apenas incompetente?», Victor Davis Hanson; «Uma nova ordem mundial está a emergir graças a Obama», Jeanine Pirro; «Obama entendeu ao contrário, a equipa de juniores amadores somos nós», Greg Gutfeld; «Actuando a partir de uma posição de fraqueza? Porque Obama está perigosamente errado sobre as intenções de Putin na Síria», James Jay Carafano; «Uma carta aberta ao Presidente Obama enquanto ele viaja até ao Oregon – Nós ouvimos o seu silêncio ensurdecedor», Everett Piper; «Presidente Nero», Stephen Green; «Como salvar a falhada iniciativa para Cuba de Obama», Paul Bonicelli; «Obama mentiu, o meu plano de saúde morreu… duas vezes!», Michelle Malkin; «Obama é o “gato rabujento” original», David Benkof; «Quando Obama diz que não vai tirar as vossas armas, a História prova que ele está a mentir», John Nolte; «Cuidado, América, o Presidente Obama pôs a política nas vossas pensões», Richard Manning; «O ObamaCare tem cancro, e se não for tratado depressa e agressivamente, morrerá», Streedhar Potarazu; «Está Obama a pensar sobre o que faria Cheney?», James Rosen; «Quando irá Obama defender os cristãos e derrotar o Islão radical?», Mike Huckabee; «Presidente Obama “sacudiu” as lições de 1989», Emily Jashinsky; «A imigração, o Presidente Obama e o primado da lei», Andrew P. Napolitano; «Sete coisas que os ataques do ISIS em Paris provaram sobre as políticas de Obama e de Clinton», Scot Verse; «Finalmente, alguém diz a verdade sobre Obama», Michael Walsh; «Obama deve fazer guerra ao Estado Islâmico e não simplesmente importuná-lo», Mitt Romney; «François Hollande está a fazer com que Obama pareça um doido», Andrea Peyser; «Irá um democrata fazer frente ao Presidente Obama para manter a nossa nação segura?», Gretchen Carlson; «Obama perde o seu “momento Churchill” depois dos ataques em Paris», Nile Gardiner; «Presidente Obama continua a dividir o país a propósito do terrorismo», Bill O’Reilly; «Obama quer derrotar a América, não o ISIS», Daniel Greenfield; «Obama está a importar muçulmanos e a deportar cristãos», Todd Starnes; «A guerra falsa de Obama», Charles Krauthammer; «A jihad de Obama contra os americanos», Pamela Geller; «O fim do "Mundo Obama"», Patrick J. Buchanan; «O problema do Presidente Obama com a propaganda», Keith Naughton; «O açoitador-em-chefe da América vai rolando», David Limbaugh; «Importando terrorismo e outros valores americanos», Ann Coulter; «Fraco, confuso e “incapaz de compreender”», Wesley Pruden; «Presidente Obama, tenha piedade do homem trabalhador», Terry Jarrett; «Obama, o presidente que perdeu a sua voz», Richard Cohen; «Memorando para o Presidente Obama – A guerra não é causada por ar quente», Robert Scales; «Woodrow Wilson Obama – A cada cem anos a obsessão presidencial de um democrata de elite custa caro ao seu partido», James P. Pinkerton; «Os factos fazem buracos nas alegações de Obama de que só nos Estados Unidos há morticínios em massa», John R. Lott; «Tranquilizações sobre o ISIS soam a falso no discurso de Obama a partir da Sala Oval», Christian Whiton; «A morte de uma má ideia», Andrew Klavan; «Num Mundo cada vez mais perigoso, Obama deixou o posto de comandante-em-chefe», Scott Brown; «Obama está seriamente desfasado da realidade», Brent Bozell e Tim Graham; «Obama, agitador racial, falha em ecoar FDR e Churchill», Charles Hurt; «15 razões porque Obama não é qualificado para ocupar a Casa Branca», Rand Paul; «Ligando os pontos no escândalo dos serviços de inteligência de Obama», David J. Karl; «Porque está Obama a fazer a vida mais fácil para os terroristas?», Tammy Bruce; «A negação por Obama das raízes ideológicas da jihad põe a nação em grave perigo», Andrew C. McCarthy.  

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Festas infelizes

(Uma adenda no final deste texto.)
Um dos aspectos menos conhecidos, menos divulgados, do ataque ao Inland Regional Center em São Bernardino, no passado dia 2 de Dezembro, foi o de o casal de terroristas muçulmanos, Syed Farook e Tashfeen Malik, terem visado especialmente, naquele edifício público californiano onde ele, aliás, trabalhava, uma festa de Natal então a decorrer, e onde quase todas as vítimas (mortos e feridos), também colegas de Farook, participavam. Aqueles que eventualmente tenham considerado um exagero a especulação de Peter Johnson, no FNC, de que se tratou de «uma (acção de) guerra literal ao Natal» deveriam ser informados, caso não o soubessem, do que comentadores em outros canais de cabo disseram sobre o mesmo assunto: na MSNBC interrogou-se sobre se a dita festa poderia ter «engatilhado» («triggered») o massacre, e na CNN que a mesma poderia ter sido «ofensiva» para o devoto muçulmano, que, portanto, prontamente reagiu e fez saber a sua indignação perante um caso de «discriminação religiosa» no local de trabalho…
Sim, parece, e é, um absurdo ter-se este tipo de discussão numa circunstância, num contexto como o do primeiro atentado do ISIS nos EUA, mas tal acontece porque o Natal é, desde há bastante tempo, um alvo privilegiado da «fúria laicizante» de liberais e de esquerdistas na sua campanha de erradicação – ou, pelo menos, de drástica desvalorização – de quaisquer cerimónias, símbolos e/ou objectos ligados a valores cristãos e/ou conservadores, sem dúvida animados nesse sentido por estudos que apontam os cristãos brancos como sendo, agora, uma minoria no país. Já antes se falou aqui no Obamatório em «batalhas» desta «guerra», e seria de supor que os progressistas tenderiam a desistir dela… mas não. Nestas últimas semanas soube-se de vários incidentes, entre o imbecil e o inquietante…
… E em que nem sempre depois regressou, se restabeleceu, a sensatez: na Virgínia, o Centro Médico dos Veteranos em Salem proibiu, e depois deixou de proibir, a colocação de árvores de Natal e de outras decorações alusivas à época nas suas instalações; no Illinois, manifestantes contra a morte de Laquan McDonald por um polícia de Chicago arrancaram lâmpadas (e luzes) da árvore de Natal da cidade; no Tennessee, a Universidade daquele Estado, através do seu Gabinete de Diversidade e Inclusão, emitiu um comunicado apelando a que não fossem organizadas «festas de Natal disfarçadas», e que se promovesse, em alternativa, celebrações que não enfatizassem religião e/ou cultura; em Nova Jérsia, uma autarca de Roselle Park demitiu-se por não concordar que a árvore a ser iluminada naquela vila se designasse… «árvore de Natal»; no Mississippi, a Universidade daquele Estado, através da associação de estudantes, anunciou que deixava de utilizar a palavra «Natal» para designar a festa anual organizada neste período por estar «demasiado conotada com o Cristianismo»; no Minnesota, habitantes de Wadena montaram presépios junto à suas casas depois de uma ameaça de processo em tribunal por parte da Freedom From Religion Foundation ter levado a autarquia da cidade a removerem o presépio oficial da praça principal; no Nebraska, uma associação ateísta conseguiu, ao reservar com antecedência o espaço, ter uma exibição sua no edifício do capitólio de Lincoln a partir de 18 de Dezembro e passando o Natal, substituindo o presépio anteriormente exposto no mesmo local; no Kentucky, a administração escolar do condado de Jackson proibiu todas as referências ao Natal nas festas desta época, chegando ao cúmulo de proibir a representação, por crianças, do famoso programa de animação «A Charlie Brown Christmas»(!); na Flórida, a mayor da cidade de Plantation levou a tribunal uma família que, há vários anos, monta na sua casa e no terreno em volta uma exuberante e luminosa exposição natalícia.     
Evidentemente, não são apenas as festas do dia 25 de Dezembro que os «progressistas» se esforçam por tornar cada vez mais infelizes. Este ano – aliás, à semelhança de anteriores – as hostes esquerdistas norte-americanas procuraram mais uma vez utilizar, manipular, deturpar o dia (e o jantar) de Acção de Graças – que, a um mês de distância, constitui como que o início do período natalício – para (tentarem) persuadir, doutrinar… enfim, aborrecer parentes e amigos à mesa com as suas posições – isto é, ilusões – ideológicas. Josh Earnest, Vox, Think Progress, DNC, Alan Grayson e Hillary Clinton manifestaram intenções, ou também deram mesmo instruções (!), aos seus seguidores para que à mesa, entre garfadas de peru, retoricamente combatessem conservadores e assim demonstrarem novamente, como se tal fosse necessário, que não têm etiqueta nem boas maneiras… Enfim, e como seria previsível, tal «activismo gastronómico-político» poucos ou nenhuns resultados positivos (para os liberais) obteve, tendo muitos dos «guerreiros» (da treta) regressado do feriado desmoralizados e até «chocados» por muitos dos seus familiares não só (cont)i(nua)rem (a) votar em candidatos republicanos mas também, especificamente,  e «horror dos horrores», em Donald Trump!
As incertezas eleitorais para o próximo (e feliz?) ano novo de 2016 não constituem, porém, obstáculo e distracção para que os democratas festejem convictamente o Natal de 2015. Barack Obama não sabe o que se celebra no dia 25 de Dezembro (e depois admirem-se de que aleguem, meio a sério, meio a brincar, que ele é um muçulmano não assumido), mas, pelo menos, ele e os seus camaradas receberam de Paul Ryan e dos RINO’s uma grande, uma enorme «prenda»: um orçamento que financia practicamente todas as principais prioridades dos «burros», incluindo Planned Parenthood, imigação ilegal, libertação de criminosos e cidades-santuário. Seria esta a «dor» que Louis Farrakhan apelava a que se «redistribuísse» nesta quadra?
(Adenda – Ataques à celebração do Natal em espaços públicos por parte das hordas politicamente correctas e cobardes são como cogumelos (venenosos): não param de «nascer»… (Alguns d)os mais recentes foram detectados nos Estados de Nova Iorque (um, dois), Texas e Maine, aos quais se pode e deve acrescentar aqueles dispostos a assinar uma (falsa) petição para proibir a emissão pelas rádios da canção «White Christmas» por ser, claro, «racista». Contra eles, o melhor a fazer é, frequentemente, recorrer ao humor, e foi o que fez Ted Cruz.)      

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O «mais perigoso» ou o «mais imbecil»?

(DUAS adendas no final deste texto.)
No passado mês de Novembro, e na sequência dos mais recentes atentados terroristas em Paris, escrevi aqui que «se houvesse um mínimo de vergonha por parte de determinados “líderes” mundiais, o evento (a conferência da ONU sobre o clima) não se realizaria por respeito aos que morreram no passado fim-de-semana.» Infelizmente, e como seria de prever, esse mínimo de vergonha não existiu, não existe, e a mais recente encenação da maior fraude política e «científica» mundial das últimas décadas ocorreu efectivamente, e num espaço ainda sujo do sangue derramado pelos terroristas muçulmanos. E acrescentei: «como eles não o têm, pelo menos que o Sr. Hussein consiga controlar a língua e não acrescente mais um insulto ao seu já longo rol.» Infelizmente, e como seria também de prever, esse controlo continua a não ser feito e não é de prever que venha a ser…
… E nestas últimas semanas a degenerescência discursiva de Barack Obama mais não tem feito do que acentuar-se, sendo frequentemente realçada, agravada, pelo contraste com o que acontece na realidade. Para além dos exemplos adicionais que dei nas adendas a «Um “contratempo” sem “racionalidade”», outros, inevitavelmente, vieram aumentar a lista. Ainda na capital francesa para participar e a promover (n)o gigantesco embuste das «alterações climáticas» e do (suposto) «aquecimento global antropogénico», o Nº 44 arranjou tempo – aliás, como habitualmente – para dar largas à sua imaginação: segundo ele, é habitual, devido a uma «anormal» subida das marés, ver peixes nas ruas de Miami – algo talvez reminiscente dos cadáveres que Brian Williams alegava ter visto a boiar nas ruas de Nova Orleães depois do furacão Katrina. É um pormenor patético, anedótico, um entre vários que marcaram – e ainda marcam, pois a cimeira na «Cidade-Luz» só termina no próximo dia 11 – um encontro internacional não ao mais alto nível mas sim ao mais baixo nível, e em relação ao qual se podem apontar pelo menos 12 motivos para ser, ter sido, uma completa perda de tempo.      
O actual presidente dos EUA conseguiu igualmente que a Turquia o «pusesse no lugar», a embaraçá-lo, a, sim, reduzi-lo à sua insignificância: tendo instado Ancara a fechar, selar, a fronteira com a Síria, os delegados enviados por Recep Erdogan, em resposta, aconselharam Washington a fazer o mesmo, primeiro, com a do México! Porém, e inevitavelmente, isto nem foi o mais grave: sempre disponível para criticar, para desapreciar, o seu próprio país, e comentando o ataque feito por um indivíduo a uma clínica da Planned Parenthood no Colorado, disse, em Paris (!), que «tiroteios de massas (como aquele) simplesmente não acontecem em outros países»! Poderia BHO fazer, dizer, pior? Obviamente que sim! Entre o final de Novembro e o início de Dezembro, não uma mas sim duas vezes assegurou os norte-americanos de que não existia «qualquer informação específica e credível» que apontasse para a iminência de um ataque terrorista em território dos EUA, que, concretamente, o ISIS, «não constitui uma ameaça existencial para nós». Recordam-se do que aconteceu em Paris pouco depois de ele ter garantido que as forças de Abu Bakr al-Baghdadi estavam «contidas»? A segunda declaração foi feita no passado dia 2 de Dezembro, poucas horas antes de o ISIS ter, efectivamente, atacado o país…
… E fê-lo na Califórnia, na cidade de São Bernardino, através de Syed Farook e de Tashfeen Malik, um casal que atacou, com metralhadoras e revólveres e dispondo ainda de engenhos explosivos que acabaram por não detonar, o edifício do Inland Regional Center, entidade que alberga diversos serviços sociais, e onde Farook trabalhava; practicamente todos os 14 mortos e 21 feridos eram colegas de trabalho dele; também todos, ou quase, haviam promovido e participado (n)uma festababy shower») este ano quando a sua filha, agora com seis meses e órfã, havia nascido. Já poucas ou mesmo nenhumas dúvidas subsistem de que ambos agiram em nome da tenebrosa bandeira negra do «califado»: os terroristas terão construído (pelo menos parte d)as armas seguindo instruções dadas na revista da Al Qaeda, e, em relação ao ISIS, absorveram propaganda, foram recrutados e juraram obediência… ou, pelo menos, jurou Malik, que nasceu no Paquistão, viveu na Arábia Saudita (Farook nasceu nos EUA) e foi aprovada durante os testes de controlo e de verificação antiterrorista realizados pelo DHS, uma falha clamorosa que não contribui, muito pelo contrário, para diminuir as muitas desconfianças e dúvidas que existem quanto ao acolhimento de milhares de refugiados da Síria e as potenciais - e prometidas pelo ISIS - infiltrações nesses contingentes, agora reconhecidas por especialistas do governo federal.
Se não fosse o carácter trágico do ocorrido, poder-se-ia rir das reacções ridículas, e previsíveis, de muitos à esquerda, tanto na política como nos media, a este crime na Califórnia quando ainda poucos pormenores eram conhecidos, e que incluíram a especulação de que se trataria do ataque de um «grupo de direita», quiçá à clínica da Planned Parenthood situada «perto» (na verdade, a mais de dois quilómetros de distância)… Barack Obama e outros destacados dirigentes do Partido Democrata, como não podia deixar de ser, aproveitaram logo para reclamar novamente por mais leis, e mais severas, de controlo de armas, «esquecendo-se» de que na Califórnia elas existem e que foram, nesta situação, não só inúteis como até prejudiciais; tal como em Paris, quantos não teriam sido salvos se alguns dos alvos estivessem armados? Não obstante, Barbara Boxer considera que o seu Estado é um caso de sucesso nesta matéria. No entanto, mais preocupante do que a fanfarronice incompetente dos políticos é o medo das outras pessoas, dos cidadãos comuns, de parecerem racistas ou preconceituosos: foi precisamente por isso que vizinhos dos Farook não contactaram a polícia ao se aperceberem de actividades, visitas e movimentos suspeitos na casa daqueles. Sim, o «politicamente correcto» promovido pela esquerda foi de facto, neste caso, culpado por (várias) mortes.      
Entretanto, e cedendo finalmente às evidências, o FBI decidiu investigar o ocorrido em São Bernardino como um «acto de terrorismo» – e não um de «violência no local de trabalho», como, escandalosamente, o de Fort Hood foi em 2009. Esta decisão terá constituído o derradeiro «prego no caixão» de todas as «narrativas esquerdistas» - ou seja, deturpações e desculpas (esfarrapadas) – tentadas para este caso, e que, aliás, também são habitualmente invocadas em outros. Narrativas essas em que a hipocrisia, a dualidade de critérios, desempenha(m) igualmente uma função primordial. Exemplos: os liberais ficam histéricos com a ligação entre (i)migração e terrorismo, mas aceitam a ligação entre «alterações climáticas» e (aumento do) terrorismo; condenam a proibição, e restrição, da entrada de refugiados como não sendo uma atitude cristã, mas não hesitam em ridicularizar e até ofender os que rezam pelas vítimas do terrorismo. Inevitavelmente, há aqueles que se recusarão sempre a encarar os factos para além do razoável, como os muçulmanos americanos Dean Obeidallah e Hussam Ayloush, este director da delegação em Los Angeles do CAIR (Conselho para as Relações Americano-Islâmicas) e que afirmou em entrevista que «algumas das nossas políticas externas, enquanto americanos, enquanto ocidentais, estimularam este extremismo. Somos parcialmente responsáveis». Execráveis declarações? Sem dúvida. Mas, vindas de quem vêm, não causam propriamente elevado espanto…
… E, em última análise, considerando a constância da sua atitude neste âmbito ao longo da sua presidência, Barack Obama até concordará com elas e as subscreveria. Exagero? Nem por isso; afinal, a Casa Branca, dias depois do ataque, continuava a não considerá-lo um acto terrorista; antes, nomeara para o cargo de «conselheiro especial do Presidente para a campanha contra o ISIL no Iraque e na Síria» Robert Malley, notório pelo seu antagonismo para com Israel e pelo seu relacionamento com o Hamas; depois, Loretta Lynch, a substituta de Eric Holder no cargo de procurador(a)-geral dos EUA, achou mais importante garantir – aos muçulmanos, no encontro anual de uma associação daqueles – que o seu organismo controlará e eventualmente punirá qualquer excesso de «retórica anti-islâmica», incluindo a ouvida e sentida por crianças, cujos pais, assegurou Lynch, devem nesses casos contactar o DdJ e queixar-se – o que é uma evidente ameaça à Primeira Emenda da Constituição por parte de uma administração que também não esconde o seu desprezo pela Segunda. Mas nem todas naquela subscrevem a certeza da «contenção» propalada pelo «querido líder»: Ash Carter, secretário da Defesa, teve de reconhecer – numa audição no Congresso a 1 de Dezembro, isto é, na véspera do ataque em São Bernardino – que as (várias) organizações terroristas muçulmanas constituem uma ameaça maior e mais iminente do que o «aquecimento global»; no mesmo local, no mesmo dia e no mesmo sentido se pronunciou o General Joseph Dunford, chefe do Estado-Maior das forças armadas dos EUA (chairman of the joint chiefs of staff), ao afirmar que o ISIS não se encontra, efectivamente, «contido».
Todavia, não há dúvidas sobre a quem Barack Obama dá mais atenção: aos ideólogos incompetentes e irresponsáveis, negadores das realidades, e de que ele próprio é um dos expoentes máximos. Pelo que, cada vez mais, a dúvida há muito instalada se vai agravando: poderá ele ser «o mais perigoso presidente» da História dos EUA em termos de segurança nacional, como sugere Newt Gingrich, ou «simplesmente estúpido», como assevera Ben Shapiro? Um «socialista não mitigado que não se ergue para defender os Estados Unidos da América», como assegura Ted Cruz, ou «o mais imbecil filho da p*t* no planeta», como supõe Glenn Beck? Uma escolha «difícil»… que o discurso proferido no dia 6 do Salão Oval, em resposta ao ataque na Califórnia, não facilitou.
(Adenda – Até na (MS)NBC foi grande a desilusão com o discurso de Barack Obama. Mark Halperin, Mika Brzezinski e Richard Engel concordaram que aquele nada de novo trouxe para a discussão e, mais importante, para a acção contra o terrorismo. Entretanto, outros órgãos de comunicação social não só não valorizam o combate ao radicalismo islâmico como preferem dar prioridade a uma falsa solução… exactamente, o gun control. É ver, por exemplo: a capa da mais recente edição da revista The New Yorker; o editorial de primeira página – o primeiro desde 1920! – do New York Times que Erick Erickson, adequadamente, não tardou em encher de buracos; ou esse outro pasquim da «Grande Maçã», pior do que a «Grey Lady», o Daily News, que não só não se contenta em expelir – uma, duas, três – primeiras páginas ofensivas mas também conta como colunista alguém que acredita e afirma (escreve) que uma das vitimas em São Bernardino foi culpado pelo, e mereceu o, que lhe aconteceu... apropriadamente, o seu apelido é Stasi.)
(Segunda adenda – Enquanto em Paris uma assembleia de loucos, interesseiros e/ou imbecis se afadigavam na utopia de tentarem mudar – e prejudicar – todo o Mundo em nome de uma gigantesca utopia fraudulenta, os sinais da verdadeira grande ameaça planetária – isto é, o terrorismo – continuavam a multiplicar-se. No outro lado do Atlântico, e segundo uma sondagem recente, aquela já é a maior preocupação dos norte-americanos, superando a economia, o que acontece pela primeira vez desde 2006. Obviamente, tal decorre principalmente, mas não só, dos atentados ocorridos em Paris e em São Bernardino. Quanto a este, já não restam dúvidas de que Syed Farook e Tashfeen Malik, radicalizados e disponíveis para a jihad até antes de se conhecerem, com potenciais ligações a extremistas no estrangeiro, pensavam, planeavam e preparavam um ataque há talvez, pelo menos, dois anos – o mesmo é dizer, deixaram quase de certeza «traços» que não foram detectados a tempo, muito possivelmente porque uma investigação que poderia fazê-lo foi terminada por receios de discriminação. No Minnesota tal não tem acontecido: já são dez os homens presos naquele Estado acusados de prepararem atentados. Entretanto, outras provas da incompetência, da negligência, da actual administração nesta matéria continuam a acumular-se: um muçulmano libertado da prisão de Guantánamo voltou a fazer… o que antes fazia; o comité da Casa dos Representantes para as forças armadas concluiu (o que não seria difícil) que a Casa Branca violou «várias leis» ao decidir trocar cinco líderes talibãs por Bowe Bergdahl. Congratulemo-nos, no entanto, por o director do FBI dar mostras de sensatez ao admitir que, sim, está-se perante «terrorismo islâmico radical». E houve (pelo menos) um íman nos EUA que concordou com a (muito polémica) proposta de Donald Trump de fazer cessar temporariamente a entrada de muçulmanos no país. É certo que depois teve de se demitir, mas não deixou de marcar a sua posição.)

sábado, 28 de novembro de 2015

Fazer as vidas negras

(DUAS adendas no final deste texto.)
Imaginem que um grupo de estudantes universitários norte-americanos tornava público o seu desagrado por os protestos que tinham vindo a fazer – a propósito de algo que, eventualmente grave (na verdade, nem por isso), não implica(ra) porém perda de vidas – terem sido preteridos, em termos de cobertura mediática, pelos recentes atentados terroristas em Paris. Custa a crer, não é? No entanto, foi precisamente isso que aconteceu na Universidade do Missouri…
… Que constitui, desde há várias semanas, o principal foco difusor da «vertente académica» do «Black Lives Matter», movimento que, tomando como pretexto(s) alguns casos – mediaticamente empolados – de mortes de afro-americanos por polícias, pretende combater o alegado racismo que tais mortes têm implícito através da disseminação de… um autêntico racismo, mas de direcção contrária, de negros contra brancos. Racismo esse que se tem expressado, principalmente nas ruas e nos campus universitários mas não só, não apenas em palavras – em exigências absurdas, em insultos e em ameaças – mas também em actos, em agressões – e em que os alvos «privilegiados», além de quaisquer brancos, são também os negros conservadores.  Escusado será dizer – mas eu digo na mesma – que a «inclinação» político-partidária dos manifestantes é para a esquerda… mas para uma esquerda radical, assustadoramente semelhante e reminiscente de movimentos de outras épocas e de outros lugares, de totalitarismos que advogavam a restrição ou a supressão da liberdade de expressão, a «reeducação» dos que «não seguem a linha», dos que são apanhados «em falta» e que admitem as suas «culpas», e, em casos extremos, a prisão e a eliminação física. A Roger L. Simon e a Bill Maher, homens situados em campos ideológicos opostos, ocorreu-lhes ambos a China como ponto de referência…
O Partido Democrata só pode estar «orgulhoso»: conseguiu tornar (muit)os negros tão racistas como os brancos do KKK… ou seja, tem, teve, os extremos de ódio racial nas suas fileiras. É o resultado inevitável, previsível, de anos, décadas, de doutrinação de radicalismo, de relativismo moral, de multiculturalismo, promovida, ministrada, por ex-hippies que encontraram refúgio da realidade nas escolas e nelas procuraram criar, ou pelo menos (continuar a) conceber, utopias. E os seus alunos são como que «criaturas de Frankenstein» que, literalmente, e numa espécie de «justiça poética», estão a colocar em perigo os seus «criadores»… embora, infelizmente, não só, pois põem em causa toda a coesão e coexistência entre comunidades na sociedade norte-americana. O de 2015 foi um «Verão quente» nos EUA que se prolongou pelo Outono, um «PREC» (Processo Revolucionário Em Curso) «à americana» que, todavia, mais não é, no fundo, do que uma continuação – muitos dos protagonistas, dos incitadores, são os mesmos – do «Occupy Wall Street». Os radicais têm que estar sempre a protestar, e, eventualmente, também a destruir…
A lista de incidentes, entre o ridículo e o revoltante, que a seguir se apresenta, está, infelizmente, longe de ser exaustiva: em Boston, brancos são excluídos de participarem num fórum do «Black Lives Matter»; na Universidade de Rutgers, uma professora (negra) considera que todas as pessoas brancas representam «a face da opressão»; na Universidade de Cleveland, activistas do «BLM» impediram um jornalista (branco) de fazer o seu trabalho; no Gabinete de Recenseamento (um organismo federal) em Washington, um escritor e activista social controverso (e negro) foi pago para fazer uma conferência de cariz conspirativo e racista; no Texas, membros dos New Black Panther Party ameaçaram polícias do condado de Waller… duas semanas antes de um agente da autoridade daquele Estado ser assassinado; na CNN, um activista do «BLM» disse que «todas as vidas importam» (em oposição a que apenas as «vidas negras importam») é uma «declaração violenta»; no Maryland, um homem foi preso por, na sua conta de Twitter, apelar a que se matassem todos os brancos da sua cidade; no Wisconsin, Gwen Moore, representante democrata daquele Estado, acusou Scott Walker, governador do mesmo, de estar a «apertar a corda, literalmente, à volta dos pescoços dos afro-americanos»; em Nova Iorque, uma professora (branca) de uma escola de Long Island colocou um processo em tribunal contra o agrupamento escolar a que aquela pertence por os respectivos responsáveis não terem punido um aluno (negro) que a ameaçara violar; na Universidade da Pensilvânia, uma professora (negra) chamou a Ben Carson «escarumba («coon») do ano»; em Seattle, dão-se aulas de yoga reservadas a afro-americanos; em St. Louis, activistas do «BLM» entoaram ameaças de morte a polícias durante uma manifestação… escoltada por polícias; na Universidade do Missouri, estudantes houve que se segregaram a eles próprios, neste caso por vontade dos afro-americanos; na Universidade do Minnesota, a assembleia de alunos votou contra a realização de uma homenagem às vítimas do 11 de Setembro de 2001 por isso poder representar uma demonstração de «islamofobia»; na Universidade de Dartmouth, estudantes negros invadiram a biblioteca daquela e incomodaram estudantes brancos que lá se encontravam, não só através de insultos mas também de empurrões, fazendo chorar alguns dos colegas.  
Como reagir, como responder, a tanta histeria, a tanta idiotice, e, pior, a tanta violência, apenas latente ou até declarada? Do lado da direita, dos conservadores, do Partido Republicano, condenando com clareza, com firmeza, tal como o fizeram, por exemplo Ted Cruz e Scott Walker, e até com alguma dureza, tal como foi feito por (apoiantes de) Donald Trump… embora nunca se deva esquecer de que se está perante agitadores racistas capazes de passarem da agressão verbal à física. Do lado da esquerda, dos «progressistas», do Partido Democrata, capitulando, apoiando, por cobardia, conveniência e/ou convicção, tal como o fizeram, por exemplo, Bernie Sanders, Martin O’Malley e Valerie Jarrett, que recebeu representantes do «BLM» na Casa Branca, assim dando-lhes credibilidade e mesmo legitimidade. Também não ajuda a que os ânimos se acalmem que «activistas de gabinete», supostos «intelectuais» como Charles Blow, Marc Lamont Hill – este em uma, duas e três ocasiões, entre outras – e Theodore R. Johnson – que propõe que os votos dos negros valham mais que os dos brancos! – continuem a alimentar a falsa narrativa da vitimização dos afro-americanos, da (suposta) contínua conspiração contra eles e da necessidade de «reparações». Do lado dos «liberais» uma das poucas vozes sensatas continua a ser Alan Dershowitz, que, perante este panorama, não hesita em afirmar que «o nevoeiro do fascismo» está a descer sobre as universidades, e, deste modo, igualmente sobre toda a sociedade norte-americana.                  
Quando se chega ao cúmulo de ver democratas – extremistas entre extremistas, mas democratas – exigirem «o apagamento da História» de presidentes como Thomas Jefferson e Woodrow Wilson, tem-se a certeza de que a situação se tornou (definitivamente?) surreal. Os membros do «Black Lives Matter» apenas estão a fazer as vidas negras a eles próprios... e a muitos outros.
(Adenda – O fim-de-semana de Acção de Graças foi – negativamente – marcado em Chicago por violentos protestos contra a morte de (mais) um negro por um (polícia) branco… que, note-se, foi acusado de homicídio e se encontra detido, a aguardar julgamento. Porém, não é habitual ver semelhantes iniciativas sobre – e contra – o chamado «black on black crime», cujos números são assustadores e de que a «Windy City» é uma «amostra» particularmente preocupante. Faltam líderes entre os afro-americanos que tenham a coragem de reconhecer, enfrentar e (tentar) resolver o problema, e um deles é, ou poderia ser, um desportista: Richard Sherman. Entretanto, crimes violentos de negros contra brancos não recebem a mesma cobertura mediática; quem conhece os casos, por exemplo, do jornalista racista, homossexual e apoiante de BHO que assassinou – em directo na televisão! – dois ex-colegas, e dos ladrões que mataram a tiro uma grávida?)
(Segunda adenda – Ainda na maior cidade do Illinois, é de destacar (negativamente): o elogio, feito – a curta distância da sede da polícia da «Windy City»! - por um «activista» (não caucasiano), de Assata Shakur, uma das mais notórias – e não capturadas – assassinas de agentes da autoridade; e a detenção de outro que ameaçou matar 16 «demónios brancos», isto é, um por cada bala que atingiu Laquan McDonald. Mas acaso isto é de surpreender numa cidade onde está o quartel-general de Louis Farrakhan, uma das mais odiosas figuras dos EUA, que em Agosto último apelava a que se lhe juntassem «dez mil homens sem medo» dispostos a «erguerem-se e matarem aqueles que nos matam»? Este, sim é um exemplo extremo de – verdadeira - «retórica violenta», apenas mais explicita do que a usada por Bomani Jones, que se interrogou se a morte de negros por polícias seria deliberada, «algo de inserido na equação, inserido no desenho». Com estes «incentivos», também não é de surpreender que, aqui e acolá, surjam casos de falsas ameaças de brancos a negros, inventadas por… negros, como o recentemente desmascarado na Universidade de Kean.)              

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Um «contratempo» sem «racionalidade»

(QUATRO adendas no final deste texto.)
Eu imagino, até quase consigo «ouvir», a pergunta: «Octávio, vai mesmo aproveitar também o mais recente, e terrível, atentado terrorista em Paris para criticar Barack Obama?» E a minha resposta é: obviamente que vou! E não é por má vontade minha; não tenho de inventar e/ou «forçar», de distorcer ou deturpar factos e argumentos, afirmações e acções (o que, aliás, nunca faço) porque o próprio presidente norte-americano e os seus comparsas do Partido Democrata têm-se encarregado de providenciar todo o «material» necessário nesse sentido.
em Janeiro, aquando do primeiro ataque terrorista deste ano à capital francesa, que teve como principal (mas não único) alvo o jornal satírico Charlie Hebdo, foi evidente a ligação entre o acontecimento e a (vergonhosa) proclamação feita por BHO na sede da ONU em 2012 – pouco depois do ataque ao consulado em Benghazi, recorde-se e realce-se – de que «o futuro não deve pertencer àqueles que insultam o profeta do Islão». Desta vez a conexão é mais directa, tanto material como temporalmente: poucas horas antes do ataque foi difundida na ABC uma entrevista ao Nº 44 em que ele declarou que o ISIS – que viria a reivindicar a autoria do atentado na «Cidade-Luz» - estava, em resultado da estratégia seguida pela actual administração, «contido». As críticas sucederam-se, e não só por republicanos: vários foram os democratas e liberais, políticos ou não, que manifestaram a sua surpresa, a sua discordância e o seu desagrado, com destaque para Dianne Feinstein (senadora da Califórnia), Tim Kaine (senador da Virgínia), Seth Moulton (representante do Massachusetts)… e Jake Tapper e Christiane Amanpour (ambos jornalistas da CNN). Só mesmo os patéticos «fact-checkers» do Politifact consideraram a atoarda do «contained» como sendo verdadeira…
Porém, piores, muito piores, foram as declarações do Sr. Hussein depois do multi-atentado da passada sexta-feira em Paris, feitas ainda nos EUA, e a seguir na Turquia (na cimeira do G-20) e nas Filipinas (na cimeira da APEC). Começou por um «não quero especular» (sobre quem teriam sido os perpetradores dos ataques, como se tal fosse difícil de adivinhar…); continuou com a classificação do massacre na «cidade-luz» como sendo um «terrível e doentio contratempo»; reafirmou (como se tal fosse necessário…) que «não estou interessado em seguir qualquer noção de “liderança americana” ou de “América ganhadora”»; e reiterou, como de costume, as críticas aos republicanos, acusando os membros do GOP – em especial os governadores de «Estados vermelhos» - que recusam receber refugiados da Síria ou, pelo menos, que advogam restrições à entrada daqueles, de serem ofensivos e «contrário(s) aos valores americanos», e de darem ao ISIS «a mais potente ferramenta de recrutamento». Aqueles que duvidam dos que, como Rush Limbaugh, asseguram que Barack Obama é muito mais duro com os opositores internos do que com os terroristas externos talvez, desta vez, tenham ficado definitivamente esclarecidos.
BHO não é, no entanto, e evidentemente, o único democrata a proferir os disparates mais inacreditáveis nas ocasiões menos apropriadas. Depois de o seu «chefe» ter equiparado a um «contratempo» a morte de mais de 130 pessoas e o ferimento de mais de 400, John Kerry resolveu também ele ofender os franceses – e em Paris, na embaixada dos EUA! – ao afirmar que, ao contrário dos ataques da semana passada, que foram «absolutamente indiscriminados», houve, nos de Janeiro, «uma espécie de foco particularizado e talvez mesmo uma legitimidade… não, mais uma racionalidade» porque se poderia dizer «está bem, eles estão realmente zangados por causa disto e daquilo»; o «isto» e o «aquilo» terão sido, seguido a «lógica» distorcida do secretário de Estado, o Charlie Hebdo e as irreverentes, iconoclastas caricaturas (de figuras e de temáticas muçulmanas, mas não só) que aquele jornal satírico francês regularmente publica(va)… e talvez ainda, quem sabe, os judeus que frequenta(va)m o supermercado kosher Hypercacher; é, mais uma vez, a justificação perversa, a «desculpa» cobarde através da culpabilização das vítimas, que Rui Rocha, presciente e sem memória curta, logo denunciou no Delito de Opinião.          
O ex-senador do Illinois (que conseguiu ser presidente) e o ex-senador do Massachusetts (que não conseguiu) não foram, como seria de esperar, os únicos «burros» a soltar alarvidades a (des)propósito do que aconteceu na última sexta-feira, 13. No sábado, 14, em mais um debate televisivo (na CBS), todos os três candidatos democratas a presidente «sobreviventes» recusaram dizer que os EUA estão em guerra com o «Islão radical». Um deles, Bernie Sanders foi mais longe: o assumido socialista continua a acreditar – à semelhança, afinal, dos seus «camaradas» do PD – que as «alterações climáticas» são «a maior ameaça à segurança nacional» do país – e não uns milhares (ou milhões) de algozes dedicados a capturar, violar, escravizar, torturar e matar (de todas as formas possíveis e imaginárias), um pouco por todo o Mundo, o maior número possível de pessoas que recusam submeter-se (totalmente ou «correctamente») a Alá. E não se ficou por aí: o senador do Vermont não duvida de que o (inexistente) «aquecimento global antropogénico» é uma causa directa do terrorismo – uma crença que é partilhada, entre muitos outros, por Martin O’Malley… e por Barack Obama.
E tanto que é essa, «de facto», a maior ameaça que, na segunda-feira, 16, a Organizing for America (agregação de devotos do «messias») retomou as suas «verdes» acções de «conversão» - um «assunto importante» que, aparentemente, toma precedência sobre muitos outros. O que muito terá agradado a Al Gore e atenuado a desilusão que ele terá sentido por o seu concerto-conferência ironicamente intitulado «24 Horas de Realidade», organizado e transmitido a partir de Paris… na sexta-feira, ter sido, como não podia deixar de ser, interrompido pouco depois de ter começado. O ex-vice-presidente deverá ter uma nova oportunidade no final deste mês, quando (mais um)a (inútil) cimeira internacional sobre o clima decorrer na capital francesa, e pela qual Barack Obama não se sentirá incomodado por queimar mais umas quantas toneladas de combustível de avião. Se houvesse um mínimo de vergonha por parte de determinados «líderes» mundiais, o evento não se realizaria por respeito aos que morreram no passado fim-de-semana. Como eles não o têm, pelo menos que o Sr. Hussein consiga controlar a língua e não acrescente mais um insulto ao seu já longo rol.
(Adenda – Comentei também os recentes atentados em França no blog Delito de Opinião, em textos escritos por Luís NavesPedro Correia.)
(Segunda adenda – Seria mesmo engraçado, daria vontade de rir às gargalhadas se não estivessem em causa assuntos tão sérios e até a morte de muitas pessoas… mas pode-se sorrir: provando mais uma vez que (muit)os democratas são tão estúpidos que não conseguem ficar calados quando as circunstâncias o aconselhariam, no passado dia 20, e horas depois de John Kerry ter manifestado a esperança de que o ISIS será neutralizado tal como a Al Qaeda foi «neutralizada», um grupo terrorista associado… à Al Qaeda atacou um hotel em Bamako, capital do Mali, causando 21 mortos. E, sim, o recrudescimento da violência islâmica extremista naquele país africano também foi previsto por Mitt Romney! Lembram-se? Aquele que foi ridicularizado, por supostamente ter uma «política externa dos anos 80», por um fanfarrão ignorante e incompetente que continuou a ser presidente dos EUA. Este, entretanto, continuando a confirmar que é um incontinente verbal que perde mais do que ganha ao abrir a boca sucessivamente para lançar o primeiro disparate que lhe vem à cabeça (como o de que os republicanos «têm medo de crianças de três anos»), viu – sem dúvida também por causa disso – 47 representantes democratas juntarem-se à maioria republicana para a aprovação do Safe Act, uma lei («à prova de veto» devido ao número de votos que recebeu) que impede a entrada de refugiados sírios no país sem um processo mais rigoroso de controlo e de verificação. Um representante democrata afirmou, sob anonimato, que a derrota aconteceu porque «a Casa Branca f*d** realmente isto tudo». Não foi a primeira vez, longe disso, e, infelizmente (para os «burros»), não será decerto a última…)
(Terceira adenda – Afirmar que o Partido Republicano está a fazer «o trabalho dos terroristas por eles», que agora muitas famílias estão a falar sobre o terrorismo «pela primeira vez desde o 11 de Setembro», que a realização da cimeira sobre o clima em Paris constituirá uma «refutação poderosa» dos terroristas, que «a comunicação social deve ajudar nisto» (o combate ao ISIS, o que é o mesmo que dizer que tem ajudado aquele), é revelador, mais do que de alheamento e de incompetência, de uma imbecilidade que desespera os norte-americanos e desmotiva os estrangeiros, em especial os europeus. Sim, Barack Obama é um desastre, uma vergonha cuja capacidade de auto-ridicularização parece não ter fim. Porém, muito mais grave do que fazer declarações tresloucadas é acontecer que essas declarações, e a «mundividência» - enfim, a ideologia – que lhe está subjacente influenciem os relatórios dos serviços de inteligência de modo a sustentar aquelas… como neste momento se suspeita. De resto, é o previsível quando na Casa Branca está um irresponsável desta envergadura sem respeito pelo cargo que ocupa, sempre a dividir, sem sentido de dignidade: o número de mortos por actos terroristas em todo o Mundo quadruplicou desde que o Nº 44 tomou posse; o FBI tem actualmente cerca de mil (!) processos de investigação relativos a potenciais elementos do ISIS já a operarem no país; o Departamento de Estado emitiu um «alerta de viagem mundial», ou seja, é perigoso para os cidadãos dos EUA visitarem… qualquer parte do Mundo - o que é insólito, dado que alguém afiançara que o ISIS estava «contido» (ao planeta Terra, presume-se agora); e, sim, bastantes refugiados estiveram envolvidos em atentados (tentados e/ou concretizados) no país… aparentemente, muitos já se esqueceram dos irmãos Tsarnaev e do que eles fizeram em Boston em 2013.)
(Quarta adenda – Na anterior falei na «capacidade de auto-ridicularização (que) parece não ter fim» demonstrada pelo Nº 44. De facto, não tem: agora, decidiu, em discurso de dia de Acção de Graças, pegar numa «dica» do Huffington Post e equiparar os refugiados sírios aos peregrinos (britânicos) ingleses que vieram no Mayflower! Obviamente, não são comparáveis por vários motivos, um dos quais é o de que os colonos do século XVII trocaram a relativa segurança de uma civilizada – apesar de discriminatória e persecutória para eles – Europa pelo perigo de uma selvagem, desconhecida América… uma situação totalmente oposta à dos que agora vêm do Médio Oriente. Rush Limbaugh, perspicaz e oportuno como sempre, chegou a uma conclusão inevitável: os «novos peregrinos» vão (querer) cometer um genocídio… afinal, é disso que a esquerda, rotineiramente, acusa os pioneiros de Seiscentos de terem feito ao referir-se ao posterior «extermínio» dos índios. Entretanto, Michael Morell, ex-director-adjunto da CIA, afirmou que Barack Obama não atacou o sistema de captação e de transporte de petróleo do ISIS – fundamental fonte de financiamento dos terroristas – também por não querer causar «danos ambientais». É difícil não concordar com Ted Cruz: já nem o «Saturday Night Live» consegue parodiar este presidente.)     

domingo, 8 de novembro de 2015

Atirar m*rd* às «paredes»

(Uma adenda no final deste texto.)
Sim, o «debate» entre os candidatos republicanos realizado na CNBC no passado dia 28 de Outubro foi uma vergonha, foi escandaloso e degradante… não por causa daqueles mas sim dos «moderadores» que de moderados nada tiveram; e que confirmaram – como se tal fosse ainda necessário – que a maior parte dos «jornalistas» nos principais órgãos de comunicação social dos EUA mais não são do que activistas do Partido Democrata que manobram a coberto de uma suposta «objectividade». O comportamento dos três «jornalistas» foi de tal modo insultuoso que Ted Cruz, como que emulando o que Newt Gingrich fez há quatro anos, denunciou o que se estava a passar, assim dando um «mote» que Marco Rubio e Chris Christie também «glosaram». Na NBC não se preocuparam muito em defender os seus funcionários das acusações que lhes foram dirigidas – se não de preconceito, pelo menos de incompetência – e, mesmo que o fizessem, não surtiria grande efeito dado que o presidente da companhia organizou depois um evento de angariação de fundos para Hillary Clinton
Sim, o que aconteceu há quase duas semanas foi um «espectáculo de m*rd*» (de «proporções épicas»), mas esta, e não tanto apenas «barro», tem sido como que atirada às «paredes» dos candidatos do GOP – para verem se alguma «pega», fica «colada» (yuk!) – desde que anunciaram que estavam na corrida. Evidentemente, a uns mais do que a outros, dependendo de quanto são considerados, em dado momento, uma ameaça ao que for o – ou «a» - nomeado(a) democrata. E, obviamente, seguindo uma tendência que dura há décadas e que atinge logicamente o seu apogeu quando é escolhido o nomeado pelo Partido Republicano. Sim, vários dos (piores) ataques aos «elefantes» são feitos a partir dos opositores «burros» e das suas equipas de campanha, mas outros são iniciativas da imprensa «isenta» em nome de um «vetting» (investigação, comprovação) «rigoroso». Exemplos não faltam, e nas anteriores votações presidenciais é de destacar, em 2012, o suposto bullying exercido sobre Mitt Romney sobre um colega de liceu «revelado» pelo Washington Post, e, em 2008, o «adultério» de John McCain «revelado» pelo New York Times. Aliás, há que não esquecer, como demonstração definitiva da perversidade de muitos «repórteres», a criação e actuação, há quase oito anos, do «colectivo» denominado «Journolist», em que muitos daqueles, favoráveis a Barack Obama, coordenavam – e, de facto, conspiravam – a edição e a divulgação das suas peças de modo a contribuírem para a eleição do então senador do Illinois.   
Neste mais recente ciclo eleitoral, Scott Walker foi, até desistir da corrida, um dos mais visados – mas não seriamente atingido – pelos «disparos» mediáticos vindos de, entre outros, «profissionais» da PBS, New Yorker, Political Wire, Daily Beast, New York Times, Politifact e Politico; os alvos incluíam o (supostamente inexistente) conhecimento de política externa por parte do governador do Wisconsin, a sua fé religiosa, despedimentos de professores de que ele teria sido responsável (não foi), a compra de roupa (!) e, mais grave, uma alegada eliminação intencional (inexistente) de estatísticas sobre violações naquele Estado. Outros candidatos-governadores (actuais ou ex) a estarem nas miras (pouco precisas) dos media: Bobby Jindal, vítima de insinuações racistas vindas de MSNBC, Vox e Washington Post; e Jeb Bush, cuja esposa Columba foi tema de uma reportagem no Washington Post e, mais especificamente, os seus elevados gastos em jóias e em roupas feitos… há 15 anos (compare-se o tratamento dado pelo WP a Michelle Obama no início da campanha do seu marido). E não se deve esquecer a prolongada, cerrada, campanha contra Chris Christie a propósito do seu suposto envolvimento no escândalo dito «Bridgegate», cujo «veredicto» - a ilibação do governador de Nova Jersey de todas e quaisquer ilegalidades – mereceu muito menos espaço e tempo do que a «acusação».
Quanto aos candidatos-senadores, Marco Rubio é, sem dúvida, o mais regularmente «agredido» por pouco consistentes – e ridículos – casos. Da Associated Press, ESPN, New York Times, Politico, Washington Post, vieram: «verificações de factos» relativas ao passado… e ao futuro; dúvidas quanto à sua capacidade enquanto adulto resultantes da sua credulidade enquanto criança; investigações «aprofundadas» sobre as multas de trânsito do candidato e da esposa (17 em 18 anos, sendo quatro dele) que, porém, não se estenderam às de Barack Obama (pagou as suas 17 anos depois, em 2007); relatos que prometiam ser «explosivos» - mas que apenas tinham «pólvora» seca – sobre a sua situação financeira em geral, dada (falsamente) por alguns como sendo difícil e até mesmo de pré-insolvência, e sobre, em particular, a aquisição de um «luxuoso» barco e a utilização de um cartão de crédito atribuído pelo GOP. Ted Cruz também tem tido a sua quota-parte de faltas de respeito: na Bloomberg exigiram que demonstrasse a sua herança hispânica; na Associated Press «apontaram-lhe» uma arma à cabeça; e o New York Times recusou-se durante algum tempo a incluir o novo livro do senador do Texas, «A Time for Truth», na sua lista dos mais vendidos dando como motivo supostas aquisições irregulares daquele… que nunca demonstrou. E que dizer da «sondagem» (muito pouco fiável) feita por NBC, Telemundo e Wall Street Journal junto do eleitorado latino que «convenientemente» deixou de fora… os únicos candidatos latinos, precisamente Cruz e Rubio?
Os candidatos republicanos de «fora do sistema» não têm sido menos poupados do que os políticos profissionais. Sobre Donald Trump, e deixando de parte por agora uma avaliação do seu percurso, das suas afirmações e das suas acções, muitas indubitavelmente controversas, a verdade é que practicamente toda a comunicação social mostrou dificuldade e mesmo incapacidade em lidar com (e até acreditar n)a sua candidatura; no Washington Post, pelo menos, houve quem fizesse um «acto de contrição». Quanto a Carly Fiorina: no Politico interrogaram(-se) sobre se a recente vaga de despedimentos na Hewlett-Packard (cerca de 30 mil) a poderia prejudicar… apesar de ela ter deixado a empresa há 10 anos; no Washington Post classificaram como «falsa» a afirmação dela – totalmente verdadeira! – de que, profissionalmente, ela foi de secretária (numa imobiliária) a presidente (da HP, precisamente); e o New York Times publicou um «perfil» dela que, se fosse sobre uma candidata democrata, suscitaria muito provavelmente acusações de sexismo. Já Ben Carson, em consequência previsível, inevitável, de se ter tornado o novo frontrunner dos republicanos, e de ficar à frente de Hillary Clinton em diversas sondagens, é quem tem recebido recentemente o tratamento mais violento… e deturpado, inclusivamente com contornos racistas: na CNN colocaram em causa a veracidade de episódios problemáticos e até violentos da sua infância e juventude; e no Politico deram como verdade que o conceituado e retirado neurocirurgião, agora candidato, mentiu quanto a ter-lhe sido oferecida uma bolsa de estudos para a academia militar de West Point, e que, pior, admitiu ter mentido… no entanto, nada disso aconteceu de facto; em Portugal também houve quem acreditasse nesta atoarda, apesar de ter maior obrigação do que outros de duvidar do que é habitualmente propalado pela comunicação social «sinistra»…
Enfim, e porque, como dizem, «uma imagem vale por mil palavras», nada melhor, para ilustrar este tema, do que recordar uma capa da New Yorker de Maio último, que contrapõe, enquanto candidatos a presidente, Hillary Clinton a um grupo de homens brancos do GOP, três dos quais, note-se, então ainda não tinham anunciado que estavam na corrida… e ocultando os factos de já nessa altura haver igualmente uma mulher e um homem afro-americano a concorrerem como republicanos. A desinformação também pode ser desenhada, e não apenas escrita.
(Adenda – Depois do que foi provavelmente o pior debate de sempre – na CNBC – veio o que foi provavelmente o melhor debate de sempre – na FBN. O que, reconheça-se, não era difícil… Entretanto, o Washington Post e o New York Times continuam a atacar (e a mentir sobre) Ben Carson e a NBC continua a defender (e a mentir sobre) Hillary Clinton. Tudo «normal», portanto.)